Translate

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Capacidade Motora de Velocidade

 Segundo Weineck (1991), a velocidade pode ser observada em três elementos: tempo de reação, freqüência de movimento por unidade de tempo e a velocidade com que se percorre uma determinada distância, onde a correlação entre eles determinam a performance de um exercício que requer velocidade.


  Bompa (2002) faz uma abordagem do conceito de velocidade baseada no aspecto coordenativo, onde diz que, crianças e jovens que não desenvolvem sua coordenação de membros superiores terão prejudicado seu desempenho de velocidade de corrida. O desenvolvimento multilateral durante a infância auxiliará no desenvolvimento desta capacidade física.


        Quando falamos em velocidade, uma capacidade neuromotora imprescindível nos esportes individuais e principalmente nos coletivos, raramente ela irá se manifestar de forma simples, mas em absoluto na sua forma complexa. Nela o atleta precisa correr, movimentar-se, reagir ou mudar de direção rapidamente.



Divisões da velocidade



       A velocidade normalmente é dividida em: velocidade de reação, velocidade máxima de movimentos cíclicos e acíclicos, velocidade de locomoção (máxima) e velocidade de força (MATVEEV, 1991). Sendo que a velocidade de reação é o tempo gasto entre a resposta (movimento) muscular e o estímulo ou sinal recebido pelo organismo (BARBANTI, 1996). Sendo que neste artigo iremos dar ênfase a velocidade de movimentos cíclicos e acíclicos.

Segundo Adelino et al. (2000) a velocidade complexa manifesta-se em associação com outras capacidades, como por exemplo:
  • Velocidade associada com força (força de impulsão, força de remate, força de aceleração)
  • Velocidade associada com a resistência (velocidade resistência)
  • Velocidade associada à tomada de decisão e à actuação táctica (acções colectivas (rápidas) nos jogos desportivos colectivos)
  • Velocidade associada ao gesto técnico


Podemos também acrescentar o que nos diz Garganta (1999) que a capacidade de previsão, por exemplo, permite que um jogador, mesmo sendo ”mais lento” do que outro, do ponto de vista neuromuscular, possa chegar mais depressa a um determinado lugar do terreno de jogo, porque previu e antecipou a resposta. (Velocidade de percepção e de antecipação)


Métodos para o aumento da velocidade


        O treino da velocidade deve começar ainda na infância, altura em que o sistema nervoso central ainda está em desenvolvimento, sendo esta fase de grande importância para melhorar o que a genética nos deu.

        Um treino para a força muscular pode aumentar 300%, para aumentar a velocidade apenas 10%, pois não se consegue obter tantos resultados, e de forma tão rápida e acessível como no treino da força ou resistência.

       Os exercícios devem ser de curta duração mas de alta intensidade, os resultados estão dependentes da qualidade e não da quantidade.

       Os exercícios devem ser executados com rapidez e não com lentidão dai os exercícios com pesos nos tornozelos ou correr na areia não serem os exercícios mais adequados pois terão o efeito contrário ao pretendido.

      No treino de exercícios de velocidade simples utiliza-se muito o método competitivo em que os atletas se servem da própria competição para treinar utilizando a emoção e motivação gerada à volta da competição para melhorar a sua prestação. Isto só é possível devido à curta duração das provas de velocidade, o que permite ao atleta participar num grande número de provas oficiais ao longo do ano.

      Um dos métodos do treino da velocidade é a execução de exercícios com a redução de carga externa, no entanto é encontrado um problema, onde o peso do corpo do atleta é a carga adicional. Matvéiev (1986) fala-nos de vários métodos para procurar facilitar a obtenção de maior velocidade nesses exercícios onde o peso do atleta é «reduzido» por meio da aplicação de forças exteriores, com o auxílio de um parceiro, do treinador ou de dispositivos de suspensão e transporte, em que o atleta é suspenso no ar permitindo a aplicação de uma força de tracção, dirigida para cima e regulada com precisão, a fim de realizar os diversos valores de aligeiramento doseado.

         A resistência do meio natural é diminuída como acontece na natação em que o atleta nada com corrente a favor ou em água do mar, a utilização das condições exteriores é usada em corrida com a pista inclinada ou em descida no ciclismo.

        Estes métodos também nos são relatados por Bompa (2002) em que a repetição é o método básico usado no treino da velocidade, podendo também serem realizados exercícios de velocidade máxima sob condições de uma resistência crescente, como patinar, nadar ou correr enquanto são segurados por uma corda de borracha. A velocidade de execução de um exercício é superior se antes dela, por um curto período, o atleta faz treino com pesos (Florescu et al. 1969) citado por Bompa (2002), ou o executa contra uma resistência.

       Ozolin (1971) afirma que o atleta deveria direccionar pensamentos, vontades e concentrações na direcção da execução de uma repetição à máxima velocidade, porque tal preocupação psicológica e mental ajuda-o a alcançar a velocidade superior e a coordenação neuromuscular. Um atleta enquanto corre em curtas distâncias deverá concentrar-se em acelerar o movimento dos braços, o que, baseado na coordenação entre eles e as pernas, resultará em movimento de pernas mais rápido.
 
 

         O método da desvantagem proporciona um bom treino e com atletas de vários níveis resolvendo também ao treinador o problema da individualidade em que é dada uma desvantagem inicial aos atletas mais rápidos em comparação com outros, de maneira a que no final todos cheguem ao mesmo tempo, dando também assim motivação aos atletas para realizarem o exercício na velocidade máxima.

        Também a redução do espaço e do tempo são utilizados para melhorar a velocidade como acontece nos exercícios cíclicos em que se reduz a distância a percorrer em comparação à competição, nos jogos é reduzido o espaço onde se realiza o exercício de forma a acelerar a resposta motora e psíquica como acontece nos jogos colectivos como o futebol o handebol ou mesmo nos jogos de luta.
 
 

        Deverá existir a atenção de em todas as idades mas principalmente no treino dos jovens, a utilização do princípio da variabilidade, não devendo para isso serem sempre utilizados os mesmos métodos de treino, pois acabarão por criar uma rotina nos movimentos, além da desmotivação, tendo como resultado o difícil desenvolvimento da velocidade.

        Weineck (1999) diz-nos que a constante repetição de um movimento num mesmo ritmo pode consolidar o mesmo, induzindo uma estagnação do desenvolvimento da velocidade e a formação de uma barreira de velocidade.
 
 

       Sendo portanto de evitar que no treino de velocidade precoce se trabalhe muito com carga máxima ou estímulos muito fortes que acabarão por criar a barreira de velocidade.

       Zaciorskij (1972) citado por Weineck (1999), mostrou que o melhor atleta mundial de sprint apenas treinava uma vez por semana com a carga máxima e que a parte principal da preparação de força rápida consistia de exercícios especiais, treino com cargas adicionais, saltos múltiplos e corridas em baixa velocidade.

       Vieira (2000), também nos alerta para que o volume da carga no treino da velocidade de ser tal que não permita o aparecimento de fadiga, pois a intensidade elevada da carga é um factor fundamental no treino de velocidade. Para que esta se mantenha em níveis elevados é fundamental que o treino seja executado na ausência de fadiga, já que esta é considerada como um factor inibidor, senão não estaremos a trabalhar para o objectivo que pretendemos mas sim outro, como a velocidade resistente.

      Sob estado de fadiga não se atinge a velocidade máxima, pois há uma inibição dos processos coordenativos do sistema nervoso central, exigidos para o desenvolvimento da velocidade, que tem o seu desempenho prejudicado (Weineck 1999).

       Matvéiev (1986) diz-nos que o intervalo de repouso entre series deve ser o suficiente para que se possa executar o exercício seguinte a uma velocidade idêntica à anterior e dá-nos como exemplo exercícios de velocidade até 100 metros em que se o atleta for bem treinado precisará de 5 a 8 minutos para se restabelecer. Nos intervalos entre os exercícios além do repouso passivo recomenda-se a realização de movimentos ligeiros semelhantes ao exercício principal de forma a manter a afinação psicomotora para a acção.

        Já Bompa (2002), refere que os intervalos de descanso devem facilitar uma recuperação óptima, durante a qual o ácido láctico é reduzido e o débito de oxigénio é restaurado quase inteiramente. Considerando as características individuais, o intervalo de descanso entre estímulos intensivos pode estar por volta de 4 a 6 minutos. Se são usados intervalos mais longos, como 12 minutos, recomenda-se um curto aquecimento para elevar o nível de excitabilidade do sistema nervoso central. Durante os intervalos aconselha-se um descanso activo com corrida leve ou caminhada.


Quer saber mais acesse: www.efdeportes.com





Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.